quarta-feira, 30 de março de 2011

O heterossexualismo reprimido pela sociedade moderna: ou dá ou desce!

Caro leitor, largue sua espada e afrouxe a retaguarda antes de continuar essa leitura, ou poderá ser confundido com um combatente anti-homossexual. Certa vez me deparei com a seguinte afirmação: "Estou pensando em sair do Brasil. Ser gay era proibido, hoje é liberado, vou embora antes que vire obrigatório". Se o autor da frase não tiver ido realmente embora, ele hoje só tem duas opções: ser ativo ou passivo.

Que fique bem claro que não sou contra o homossexualismo, pelo simples fato de que qualquer definição de sexualidade é perca de tempo. Sendo homem ou mulher, que dê à quem, como e onde quiser. Isso não afeta em absolutamente nada a índole ou a capacidade de alguém. O problema é que nem todos têm - e nem deveriam - a mente "desleixada" como a minha, e esse pessoal vêm sofrendo forte repressão por seus pensamentos acerca do homossexualismo. O que aconteceu, então, foi uma inversão de valores. Se antes defender a relação entre pessoas de mesmo sexo era quase que um ato criminoso, agora quem é contra esse tipo de relação é taxado de preconceituoso. Mas onde fica a liberdade de expressão que os próprios homossexuais tanto lutaram para ter? Hipocrisia é mato.

Para contextualizar melhor, analisemos o recente caso do deputado Jair Bolsonaro, que ao ser entrevistado pelo CQC, se mostrou contra a relação entre homossexuais e as cotas raciais, sendo severamente criticado (chamado de Hitler, por exemplo) nas redes sociais pela posição que defendeu.

Pelo amor de deus, eu estou ficando louco ou alguém também achou que ele foi mais do que sensato em todas as respostas? (exceto com aquela última, da Preta Gil, que ele próprio alegou não ter entendido perfeitamente, alterando o sentido da resposta) Lembre-se que para achar alguém sensato, você não precisa concordar com tudo que ele diz.

Cotas raciais: o deputador afirmou sermos todos iguais perante à lei. Afirmou que "não aceitaria entrar num avião pilotado por um cotista."

Alguém pensa diferente? se pensa, por favor, se expresse agora ou cale-se para sempre. Cota racial é o preconceito em sua plenitude, é admitir uma superioridade (que óbviamente não há) entre uma raça e outra.

Relação entre homossexuais: o deputado deixa claro que a homossexualidade pode ser decorrente de uma má educação, bem como de uma falta de visão familiar. Terminando com "se isso acontecer, a nação ruirá".

Pois bem, eu faço o seguinte questionamento, com o perdão da sutileza: ME EXPLIQUEM COMO CARALHO COM CARALHO FARÁ UMA NAÇÃO PROSPERAR? É uma questão biológica, minha gente, Deus (ou seja lá no que você acredita) fez o homem e a mulher necessitarem biológicamente um do outro para que ambos possam existir.



O deputado é apenas uma das milhares de vítimas que essa sociedade do "não dá o cu porque? Tem preconceito?" faz todos os dias, principalmente nas redes sociais. Fica minha indignação com esse preconceito tolo contra aqueles que se mantêm firmes em suas posições, sejam elas conservadoras ou não. Se esse anti-heterossexualismo continuar avançando e fazendo com que homens de bem sejam confudidos com crápulas assassinos de homossexuais, então parem o mundo que eu quero descer, dar é que eu não vou.

quarta-feira, 23 de março de 2011

A magia do apito

Agonia. É isso que se sente quando o inevitável fim está próximo. Cinco minutos que separam uma tímida esperança de um trágico desfecho. Trezentos segundos que separam o bem do mal, a vida da morte. Um filme vem imediatamente à cabeça. Foram dias de expectativa, gozações, xingamentos e desrespeito mútuo.

Quando tudo parecia acabado, um apito transforma som agudo em esperança. Eis que surge ele... o arquétipo do heroi, do mito. Tinha que ser ele. Oriundo de terras distintas, uma alcunha incomum, pequeno por fora e gigante por dentro. O mesmo apito que transformara agudo em esperança, como num passe de mágica, nos deixa imobilizados. Faz desaparecer outros setenta mil torcedores. Naquele momento, eram três personagens e um objeto: A bola, o heroi e o vilão. Eu era objeto.

E ele partiu. Mas não foi sozinho. Foi com outros 35 milhões de fanáticos que depositaram naquele heroi todos os seus anseios. O vilão fez tudo o que pôde, até voar, voou. Mas nada nem ninguém era capaz de defender o indefensável. O lendário narrador da Rádio Tupi/RJ disse no momento do gol que: "Pareceu com a mão, ele colocou a bola alí com a mão". E ele estava certo... Alí estavam as mãos de Deus, de Zico, do dono da maior emissora do país, estavam as minhas mãos, as mãos do flanelinha que pastora carro na Ribeira, as mãos de milhões de Josés e Marias, de pobres e ricos, de pretos e brancos - sem esquecer do vermelho. O apito que transformara agudo em esperança, que me deixava inerte, agora me trazia tudo o que eu queria ouvir: acabou. E o bem venceu o mal.

Termina sempre assim. Mãos trêmulas, olhos lacrimejando e uma leve taquicardia. Eu não estou doente. Eu sou doente... pelo Flamengo.

sábado, 19 de março de 2011

O pseudo-rico

Muito se prega por humildade. Inclusive, costumam confundir humildade com pobreza. Nem todo pobre é humilde, e vice-versa. Eu acho uma bobagem se irritar com aqueles que saem por aí exacerbando de todas as maneiras possíveis seus poderes aquisitivos. Na verdade, às vezes eu fico com vergonha alheia, mas é só isso. Afinal, o sujeito fez por merecer o dinheiro que tem, oras. Ou ele trabalhou muito, ou o cara que comeu a mãe/avó dele trabalhou muito, enfim... Não é da minha conta.

Agora, tem uma coisa que irrita. O liso, fudido, safado e escroto que paga de rico. Esse tipo de sujeito transmite uma raiva descomunal. Vale ressaltar que alguém que tem esse tipo de comportamento muito provavelmente teve uma infância problemática, o que o transformou num adulto(?) complexado. Geralmente são de classe média que, assim como a maioria de nós, tem lá suas condições financeiras. Mas para ele não basta, ele colocou em algum momento da sua cabeça que é rico. Mas como dinheiro não vem com um mero incentivo psicológico, ele continua liso. Eis que surge o problema...

Identificando um pseudo-rico

O pseudo-rico tem por obrigação gozar no pau dos outros. Note que os "outros" serão sempre pessoas da alta sociedade, ou que exercem algum tipo de poder no cenário onde vivem. Se conversar com um, notará que o assunto sempre levará para carros importados ou whiskies centenários. Falar o preço daquilo que se está comentando é regra obrigatória.

Veja uma dramatização entre um diálogo de dois seres comuns e um pseudo rico:

Ser humano comum 1: Caralho, festa ontem foi irada demais, cerva rodada!

Ser humano comum 2: Massa, rolou até que horas?

Ser humano comum 1: Rapaz, até umas 05:00h, e a cerveja não tinha acabado!

Pseudo-rico entrosando: Eu saí ontem também, cerveja Heineken rodada. (perceba a intecionalidade na marca da cerveja). Mas de cerveja eu prefiro a Stella Artois. Mas nem tomo muito cerveja, meu negócio é um Johnnie Black com um "Redzin".

Ser humano comum 2: Hm. Legal. (com ar de constrangimento)

Ser humano comum 1: Massa, sou muito fã de whisky não.

Pseudo rico: Pode crer. É uns 120 conto lá no Carrefour, sem contar os Red (Bull).

Nesse momento o diálogo se encerra, os seres humanos comuns 1 e 2 saem com um sentimento de vergonha alheia.

Enquanto isso, o pseudo-rico se pergunta: "Será que eles perceberam que eu sou rico e tomo whisky importado? Será que eu deveria ter dito a eles que ontem eu fui no shopping comprar uma camisa polo rosa de R$200,00? Será que eu deveria ter dito a eles que o vizinho da minha avó viajou para os Estados Unidos?

Algum tempo depois o pai dele o busca, num Palio 2005 e perguntando se ele está com o troco da coxinha/suco pra colocar de combustível. Pobre rico...

sábado, 12 de março de 2011

Se dando bem em Natal: Os Papa-açaí de Oakley colorido

Tem coisas que só acontece em Natal mesmo. Aqui, o objetivo pessoal da grande maioria dos jovens e adolescentes é um só: estar em evidência. Então foda-se quais são de fato os seus gostos e estilos. Para estar em evidência não precisa de muita coisa, na verdade, é possível fazer uma lista bem simples de ser seguida, veja abaixo:

Para onde ir

Procure saber o local mais cobiçado do dia, em 2 minutos você faz isso no Facebook/Twitter. Mas prepare-se: pode ser uma rave ou um show de forró. Você não tem escolha, o esquema é simplesmente estar onde todos estarão.

Como se vestir

Ao dia, comece com uma sandália Havaianas, uma bermuda típica dos surfistas (embora a maioria não surfe de verdade), e alguma camisa de marca semelhante às das bermudas. Compre uma corrente de prata, a mais grossa que puder, use sempre para fora da camisa, não aditar ter e não mostrar. Não vá aparecer na rua com uma Kenner no pé, vestindo uma camisa da Pena e usando uma corrente de aço cirúrgico no pescoço, poderá ser confudido com um marginal.

Agora, o item mais importante do vestuário: UM ÓCULOS COM LENTES COLORIDAS DA OAKLEY. Lembre-se que ele tem que ser maior que sua cara inteira, e as lentes devem ser hidrofóbicas (embora você não surfe com ele ou tome banho de chuva). Sem isso, meu caro... seu fracasso é certo.
À noite, você pode usar tudo que fora citado acima, não encontraria problemas, principalmente se estiver numa rave. Caso tenha que ir para um show de forró, barzinho ou semelhante, opte por uma calça jeans (nem preciso dizer que deve ser de marca), uma camisa Polo de nome complicado (abercrombie, hilfigher e afins), e tênis com molas suficientes pra aparar um caminhão.

O que consumir

Ao dia, encha o rabo de açaí e fume maconha. De noite você pode ir de Vodka, Whisky e/ou drogas sintéticas (se não aguenta, finja que usa). Lembre-se quando sair das festas passar em algum fast-food e anunciar isso no Twitter ou Facebook, não precisa colocar o número da promoção.

Fisolofia de vida


Pregue sempre o ceticismo. Idolatre Bob Marley, toda frase bonitinha que ver na internet coloque em seu nick e afirme ser dele. Não diga que ama Asa de Águia ou Chiclete com Banana, isso é ultrapassado, a onda agora é eletrônica, portanto como opção musical demonstre o gosto pelo Trance, House (progressivo, regressivo, declinado, tranversal, whathever). Finja amar a natureza, os animais e critique sempre que puder a Rede Globo e os EUA. Isso mostrará que você não é alienado.

Pronto. Você agora se tornou um sujeito muito bem visto. Prepare-se para aceitar os amigos aos montes em sua conta do Facebook. É comum que nas redes usem palavras comumente usadas pelo pessoal do sudeste, como abras e lek (abraço e muleque, respectivamente). Com o tempo você pega o jeito, quando menos esperar já está falando o mesmo dialeto também.

PS: Nunca pense em nada disso que está fazendo, seu dia é corrido demais para isso. Se insiste em pensar, pode se sentir medíocre, mas isso faz parte do jogo. No dia seguinte fume seu beck e mate a larica com um açaí que tudo volta ao normal.

Não há preconceito, há sem-vergonhice

Preconceito, de pré + conceito, conceito prévio de algo que supostamente não se conhece, uma vez que ao prever, apenas se supõe.

Como culpar uma criança branca que maltratava psicológicamente os escravos de seu pai, tendo esta criança nascido em 1700 e sido ensinada desde sempre que os negros transmitiam doenças e eram seres amaldiçoados por Deus? Hoje em dia, por exemplo, é repugnante ver um pai espancando uma filha por um simples "namorico" de colégio, podendo inclusive levar à prisão do pai, mas perguntem às suas respectivas avós e avôs o que eles pensavam disso em 1950.

Em ambos os casos as mudanças foram gradativas, foi-se adquirindo conhecimento e mudando comportamentos. Viu-se que a cor da pele em nada influenciava a capacidade fisiológica e psicológica de um ser. Estudos mostraram que bater e educar são antônimos, e o que nossos avós entendiam por respeito, nada mais era que medo. Com informação, senso crítico e dissernimento, não existe preconceito.

Você pode estar se perguntando: ué, mas meu primo negro foi xingado de "macaco" em seu ambiente de trabalho! E eu respondo: isso é coisa de mau caráter, cara de pau, filho da puta, ou qualquer outro adjetivo pertinente. Preconceito não é! O cara que xingou seu primo sabe muito bem que ser negro não influencia em absolutamente NADA na vida de ninguém. Então seu primo muito provavelmente foi xingado por aquilo que mais poderia atingi-lo e menosprezá-lo. Se ele fosse baixo, gordo, feio ou qualquer outra característica que pudesse o ofender, pode acreditar... ela teria sido usada a favor do agressor.

Quem merece ser discriminado é aquele que comete a agressão, sabendo o que está fazendo. Se uma criança acha estranho a presença de um portador da Síndrome de Down no mesmo ambiente que ela, ensine-a. Se um adulto, com ensino médio completo e acesso ao google.com acha essa mesma presença estranha e age com alguma indiscrição, denuncie-o. Ele não é preconceituoso, é filho da puta e mau caráter.