sexta-feira, 3 de junho de 2011

Quer salvar os índios? Comece desligando o monitor e não lendo isso

A usina de Belo Monte foi finalmente aprovada. Não demorou para aparecerem os primeiro revoltadinhos com a notícia. "Salvem os índios", "Salvem a amazônia", "Viva o verde". O bom é que quem levanta esse tipo de movimento faz isso num monitor lcd de 27 polegadas e enquanto assiste televisão com a comidinha congelada prestes a ficar pronta no seu mais recente microondas, para que possa almoçar e logo em seguida ligar seu carro motor 1.8 e sair carburando tudo pela cidade. Como se não bastasse, o revoltadinho ainda reclama do trânsito, que está caótico, impossível e que a culpa são dos governantes, que deveriam abrir estradas no meio das bundas deles, por certo.

O que pensam? Que desenvolvimento se dá construindo asfalto sobre asfalto? Tudo tem o seu preço, uma energia barata e de qualidade também. Antes que venham com conversinha fiada de energia eólica, solar e afins, vejam quanto custa e quem estaria disposto a pagar o preço de implantar sistemas como esses, porque se o próprio governo resolver bancar, quem teria que pagar a conta era você e este que vos fala. Mas aí, é claro, como bons hipócritas, nós sairiamos reclamando do governo, de como eles nos roubam, e num instante esqueceriamos dos pobres índios que seriam chutados de suas humildes cabanas onde tinham uma vida pacata e só tiravam da natureza para sobreviver.

Tenho uma notícia pra te dar: é irrisória a quantidade de índiozinhos como aqueles que viamos em nossos livros de história. A grande maioria tem acesso a educação, tecnologia e passam boa parte dos seus dias com a bunda pra cima recebendo dinheiro da FUNAI. Sem falar dos mais espertinhos, que passam o dia tomando cachaça e jogando bola, sequer aproveitando a chance de se qualificar para algo. Não estou falando em vão, passei tempo suficiente na Amazônia para perceber realidades como essas. É claro que alguns bons pagarão o preço do nosso desenvolvimento, mas a maioria esmagadora, vão apenas se lamentar do fim da "mamadinha" no governo.

Agora, meu amigo, se ainda assim está achando ruim o fato de poder jogar seu XBOX numa grande tela de LED, faça o que lhe é de direito e cobre todos os tipos de esclarecimentos possíveis sobre essa obra que está para acontecer. Isso o povo deve fazer, minimizando os desvios de dinheiro que, com toda certeza, forrarão os bolsos de milhares de safados. Essa cobrança da população minimizará também os impactos que a obra terá na natureza.

Adoro dar soluções práticas no fim das minhas postagens. Aqui vai uma: não gostou de nada disso? Senta e chora, mas chora com a luz desligada, por favor.

terça-feira, 26 de abril de 2011

O ufanismo é o ópio do povo

Em mil novecentos e bolinhas (literalmente), um dos membros fundadores da ABL, Afonso Celso, cria a obra Por que me ufano de meu país, tornando conhecido o termo proveniente da Espanha e que significa: "a vanglória de um grupo arrogando a si méritos extraordinários". Qualquer semelhança com alguns compatriotas não é mera coincindência, já que o ufanismo foi uma das armas mais utilizadas pelo Governo brasileiro e pela ditadura ao longo das décadas. Ora, porque iriam melhorar o país quando podiam, simplesmente, fazê-lo parecer melhor aos olhos de seus "consumidores"? O ufanismo é quase como uma criança birrenta, você fecha os olhos, não argumenta absolutamente nada, grita com os olhos cheios de lágrimas e apontando com um dedo incriminador: "o meu é melhor, e pronto!"

Publicidade do regime militar, no auge do ufanismo com o "Brasil: ame-o ou deixe-o!"

Nada no mundo carrega tanto "potencial ufano" quanto o futebol para o brasileiro. Aqui o escudo da CBF tem igual importância à bandeira do país que, diga-se de passagem, só é lembrada de 4 em 4 anos. A arma do brasileiro é ser pentacampeão mundial e ter Pelé como compatriota. Não importa em que argumentos um estrangeiro se baseie numa possível crítica ao nosso país, a conversinha vai terminar sempre assim: futebol ou paisagens naturais. Se nada disso resolver prepare-se para o já citado dedinho incriminador e a cara de choro, mas é claro que até chegar nesse ponto os ufanistas já teriam falado de que aqui as bundas são maiores, o ar é mais limpo, o povo é mais hospitaleiro, tem coração, e que fora do Brasil todo mundo é arrogante, frio e sem bunda. Buá!

sábado, 16 de abril de 2011

Profissionais do sexo: DJ's e webdesigners

Antes que você se pergunte o porque do termo utilizado para designar esses profissionais(?), eu explico do modo mais direto possível: eles prostituem seus respectivos mercados. Que fique bem claro, há excelentes profissionais nessas áreas mas, infelizmente, o mercado é saturadíssimo de incompetentes.

O DJ prostituto é aquele menininho(a) bonitinho e/ou popular que adora aparecer, possui um vasto círculo de falsas e aparentes amizades. Conhece e se relaciona com os frequentadores dos clubes e boates da cidade, tem conhecimento com os responsáveis pela contratação dos DJ's e pronto, tudo se resolve, restando apenas aprender a função de um DJ, mas essa é a parte menos importante, pois ele não precisa saber, apenas aparentar que sabe. O problema começa mesmo depois que ele aprender a "bulir" no Virtual DJ e compra um fone gigante, aí lascou tudo, o menininho(a) passa a se considerar um profissional e disseminar seus sets(?) repletos de lixo por todos os cantos da cidade, cobrando valores irrisórios para isso quando no fundo faria até de graça, pois o que o menininho(a) quer mesmo é aparecer e colocar no subnick: baixem meu novo set, sou DJ, vou tocar em tal canto, e blablabla.

E o webdesigner? Esse é ainda mais cara de pau. Assistiu 5 aulas de Illustrator no SENAC e já sai por aí criando folders lixos que mais parecem feitos no Paint. Vê um tutorial de Photoshop no Youtube e fica fazendo montagem com toda foto que encontra na internet, após isso coloca no álbum do Orkut e espera ansiosamente os elogios dos leigos sobre o assunto. O problema é quando esse tipo começa a se designar webdesigner de fato, alegando ser competente para tal. Quantas vezes profissionais competentes tiveram que ouvir do seu potencial cliente que: "Ah, mas meu sobrinho também faz isso e só cobra R$50,00". É, depois vem neguinho webdesigner achar ruim quando é chamado de prostituto. Depois vêm os tios desses webdesigners achando ruim que caçoaram de sua logomarca, que só chamou atenção pelo excesso de degradê.

Agora, se por algum acaso você se encaixou nos perfis acima e veio parar aqui nesse blog, ouça as minhas preces e façam um favor ao mercado de vocês. Desistam de levar isso adiante. Quem tem o mínimo de paixão e talento pelo que faz, jamais, sob nenhuma circustância, teria a coragem e a cara lavada de cuspir no prato que come. Sim, é isso que vocês fazem. Cospem, pisam e desvalorizam, pois à menos que vocês se contentem com a mixaria que ganham hoje pelo resto da vida, estão sendo escrachadamente indecentes, antiéticos e prostitutos, tudo isso para ocupar a vaga daqueles que tem a real capacidade de exercê-la.

OBS: Em nenhum momento quis comparar os DJ's e webdesigners com as características acima à prostitutas. Afinal, prostitutas cobram pelos serviços que oferecem, e o fazem dignamente.

terça-feira, 5 de abril de 2011

A geração mais feliz de todos os tempos: do Super Nitendo ao carrinho de rolimã

As crianças e pré-adolescentes de hoje em dia (levemos em consideração as nascidas no fim da década de 90 em diante) são bem atarefadas. A grande maioria já possuem muitas responsabilidades, acesso à informação, tecnologias, e, para tal, possuem um grande poder de compra. Talvez olhando para tudo isso com 10 anos de idade, eu pensasse: Porra, meu sonho! Mas não... olhando de agora eu vejo o quanto sofríveis são essas crianças de hoje.

Porra, minha geração tomava coca-cola e nem por isso era obesa. Jogávamos video-game e nem por isso viviamos trancafiados dentro de um quarto escuro com os olhos esbugalhados. Meu joguinho era feliz, tinha o céu azul e tudo que eu precisava fazer era pular em cima de tartaruguinhas do mal, no meio do caminho comia cogumelos lombrosos, batia com a cabeça em quadradinhos mágicos e passava por vários castelos com o único intuito de comer uma princesa no final de tudo. Hoje em dia o muleque tem que comprar ítens e se armar até os dentes para combater trolls em universos paralelos repletos de monstros e cercado por escuridão.


Já disse que eu tomava coca-cola e não era obeso e sedentário? Pois é, no meu tempo eu jogava bola, soltava pipa, roubava jambo e pitomba, construía e andava de carrinho de rolemã, pipa, tazo, bafo, biloca e a porra toda. No meu tempo até adulto brincava de tica-tica e esconde-esconde. No meu tempo sua única obrigação verspertina era escolher entre Sessão da Tarde e Cinema em Casa. A distinção entre os mais populares e os que eram judiados ficava no âmbito esportivo, quem corria mais ou fazia mais gol, não pelo tênis que calçava ou cueca que vestia (isso me faz até pensar o quão gay é essa atual geração).

Eu era obrigado a esconder o quanto gostava de Chiquititas, e jamais comentava sobre isso na escola, mesmo sabendo que, no fundo, todo mundo também assistia e chorava com Tati cantando a música dos pais que a abandonaram quando bebê. No meu tempo os desenhos e séries faziam chorar, emocionavam, eram inteligentes e sensíveis. Quem nunca se arrepiou todo quando Ikki aloprava com os cavaleiros de ouro? Ou quando Goku destruiu com a Red Ribbon? E quando Jiraya dava seu golpe horizontal finalizando o adversário? Tinha também Jaspion, Jiban, Esquadrão Especial Winspector e mais uma infinidade de opções. Hoje em dia desenho é feito para retardar crianças. Puta que pariu, o que porra uma esponja fritando hamburguer embaixo d'água vai acrescentar numa pessoa? O que diabos um viadinho que sofria bullying da própria irmã dentro de um laboratório tem de bom?

Minha irmã, meu cunhadinho e todas as outras crianças de hoje, me desculpem a sinceridade, mas eu prefiro não imaginar que qualidade adultos vocês serão.

quarta-feira, 30 de março de 2011

O heterossexualismo reprimido pela sociedade moderna: ou dá ou desce!

Caro leitor, largue sua espada e afrouxe a retaguarda antes de continuar essa leitura, ou poderá ser confundido com um combatente anti-homossexual. Certa vez me deparei com a seguinte afirmação: "Estou pensando em sair do Brasil. Ser gay era proibido, hoje é liberado, vou embora antes que vire obrigatório". Se o autor da frase não tiver ido realmente embora, ele hoje só tem duas opções: ser ativo ou passivo.

Que fique bem claro que não sou contra o homossexualismo, pelo simples fato de que qualquer definição de sexualidade é perca de tempo. Sendo homem ou mulher, que dê à quem, como e onde quiser. Isso não afeta em absolutamente nada a índole ou a capacidade de alguém. O problema é que nem todos têm - e nem deveriam - a mente "desleixada" como a minha, e esse pessoal vêm sofrendo forte repressão por seus pensamentos acerca do homossexualismo. O que aconteceu, então, foi uma inversão de valores. Se antes defender a relação entre pessoas de mesmo sexo era quase que um ato criminoso, agora quem é contra esse tipo de relação é taxado de preconceituoso. Mas onde fica a liberdade de expressão que os próprios homossexuais tanto lutaram para ter? Hipocrisia é mato.

Para contextualizar melhor, analisemos o recente caso do deputado Jair Bolsonaro, que ao ser entrevistado pelo CQC, se mostrou contra a relação entre homossexuais e as cotas raciais, sendo severamente criticado (chamado de Hitler, por exemplo) nas redes sociais pela posição que defendeu.

Pelo amor de deus, eu estou ficando louco ou alguém também achou que ele foi mais do que sensato em todas as respostas? (exceto com aquela última, da Preta Gil, que ele próprio alegou não ter entendido perfeitamente, alterando o sentido da resposta) Lembre-se que para achar alguém sensato, você não precisa concordar com tudo que ele diz.

Cotas raciais: o deputador afirmou sermos todos iguais perante à lei. Afirmou que "não aceitaria entrar num avião pilotado por um cotista."

Alguém pensa diferente? se pensa, por favor, se expresse agora ou cale-se para sempre. Cota racial é o preconceito em sua plenitude, é admitir uma superioridade (que óbviamente não há) entre uma raça e outra.

Relação entre homossexuais: o deputado deixa claro que a homossexualidade pode ser decorrente de uma má educação, bem como de uma falta de visão familiar. Terminando com "se isso acontecer, a nação ruirá".

Pois bem, eu faço o seguinte questionamento, com o perdão da sutileza: ME EXPLIQUEM COMO CARALHO COM CARALHO FARÁ UMA NAÇÃO PROSPERAR? É uma questão biológica, minha gente, Deus (ou seja lá no que você acredita) fez o homem e a mulher necessitarem biológicamente um do outro para que ambos possam existir.



O deputado é apenas uma das milhares de vítimas que essa sociedade do "não dá o cu porque? Tem preconceito?" faz todos os dias, principalmente nas redes sociais. Fica minha indignação com esse preconceito tolo contra aqueles que se mantêm firmes em suas posições, sejam elas conservadoras ou não. Se esse anti-heterossexualismo continuar avançando e fazendo com que homens de bem sejam confudidos com crápulas assassinos de homossexuais, então parem o mundo que eu quero descer, dar é que eu não vou.

quarta-feira, 23 de março de 2011

A magia do apito

Agonia. É isso que se sente quando o inevitável fim está próximo. Cinco minutos que separam uma tímida esperança de um trágico desfecho. Trezentos segundos que separam o bem do mal, a vida da morte. Um filme vem imediatamente à cabeça. Foram dias de expectativa, gozações, xingamentos e desrespeito mútuo.

Quando tudo parecia acabado, um apito transforma som agudo em esperança. Eis que surge ele... o arquétipo do heroi, do mito. Tinha que ser ele. Oriundo de terras distintas, uma alcunha incomum, pequeno por fora e gigante por dentro. O mesmo apito que transformara agudo em esperança, como num passe de mágica, nos deixa imobilizados. Faz desaparecer outros setenta mil torcedores. Naquele momento, eram três personagens e um objeto: A bola, o heroi e o vilão. Eu era objeto.

E ele partiu. Mas não foi sozinho. Foi com outros 35 milhões de fanáticos que depositaram naquele heroi todos os seus anseios. O vilão fez tudo o que pôde, até voar, voou. Mas nada nem ninguém era capaz de defender o indefensável. O lendário narrador da Rádio Tupi/RJ disse no momento do gol que: "Pareceu com a mão, ele colocou a bola alí com a mão". E ele estava certo... Alí estavam as mãos de Deus, de Zico, do dono da maior emissora do país, estavam as minhas mãos, as mãos do flanelinha que pastora carro na Ribeira, as mãos de milhões de Josés e Marias, de pobres e ricos, de pretos e brancos - sem esquecer do vermelho. O apito que transformara agudo em esperança, que me deixava inerte, agora me trazia tudo o que eu queria ouvir: acabou. E o bem venceu o mal.

Termina sempre assim. Mãos trêmulas, olhos lacrimejando e uma leve taquicardia. Eu não estou doente. Eu sou doente... pelo Flamengo.

sábado, 19 de março de 2011

O pseudo-rico

Muito se prega por humildade. Inclusive, costumam confundir humildade com pobreza. Nem todo pobre é humilde, e vice-versa. Eu acho uma bobagem se irritar com aqueles que saem por aí exacerbando de todas as maneiras possíveis seus poderes aquisitivos. Na verdade, às vezes eu fico com vergonha alheia, mas é só isso. Afinal, o sujeito fez por merecer o dinheiro que tem, oras. Ou ele trabalhou muito, ou o cara que comeu a mãe/avó dele trabalhou muito, enfim... Não é da minha conta.

Agora, tem uma coisa que irrita. O liso, fudido, safado e escroto que paga de rico. Esse tipo de sujeito transmite uma raiva descomunal. Vale ressaltar que alguém que tem esse tipo de comportamento muito provavelmente teve uma infância problemática, o que o transformou num adulto(?) complexado. Geralmente são de classe média que, assim como a maioria de nós, tem lá suas condições financeiras. Mas para ele não basta, ele colocou em algum momento da sua cabeça que é rico. Mas como dinheiro não vem com um mero incentivo psicológico, ele continua liso. Eis que surge o problema...

Identificando um pseudo-rico

O pseudo-rico tem por obrigação gozar no pau dos outros. Note que os "outros" serão sempre pessoas da alta sociedade, ou que exercem algum tipo de poder no cenário onde vivem. Se conversar com um, notará que o assunto sempre levará para carros importados ou whiskies centenários. Falar o preço daquilo que se está comentando é regra obrigatória.

Veja uma dramatização entre um diálogo de dois seres comuns e um pseudo rico:

Ser humano comum 1: Caralho, festa ontem foi irada demais, cerva rodada!

Ser humano comum 2: Massa, rolou até que horas?

Ser humano comum 1: Rapaz, até umas 05:00h, e a cerveja não tinha acabado!

Pseudo-rico entrosando: Eu saí ontem também, cerveja Heineken rodada. (perceba a intecionalidade na marca da cerveja). Mas de cerveja eu prefiro a Stella Artois. Mas nem tomo muito cerveja, meu negócio é um Johnnie Black com um "Redzin".

Ser humano comum 2: Hm. Legal. (com ar de constrangimento)

Ser humano comum 1: Massa, sou muito fã de whisky não.

Pseudo rico: Pode crer. É uns 120 conto lá no Carrefour, sem contar os Red (Bull).

Nesse momento o diálogo se encerra, os seres humanos comuns 1 e 2 saem com um sentimento de vergonha alheia.

Enquanto isso, o pseudo-rico se pergunta: "Será que eles perceberam que eu sou rico e tomo whisky importado? Será que eu deveria ter dito a eles que ontem eu fui no shopping comprar uma camisa polo rosa de R$200,00? Será que eu deveria ter dito a eles que o vizinho da minha avó viajou para os Estados Unidos?

Algum tempo depois o pai dele o busca, num Palio 2005 e perguntando se ele está com o troco da coxinha/suco pra colocar de combustível. Pobre rico...

sábado, 12 de março de 2011

Se dando bem em Natal: Os Papa-açaí de Oakley colorido

Tem coisas que só acontece em Natal mesmo. Aqui, o objetivo pessoal da grande maioria dos jovens e adolescentes é um só: estar em evidência. Então foda-se quais são de fato os seus gostos e estilos. Para estar em evidência não precisa de muita coisa, na verdade, é possível fazer uma lista bem simples de ser seguida, veja abaixo:

Para onde ir

Procure saber o local mais cobiçado do dia, em 2 minutos você faz isso no Facebook/Twitter. Mas prepare-se: pode ser uma rave ou um show de forró. Você não tem escolha, o esquema é simplesmente estar onde todos estarão.

Como se vestir

Ao dia, comece com uma sandália Havaianas, uma bermuda típica dos surfistas (embora a maioria não surfe de verdade), e alguma camisa de marca semelhante às das bermudas. Compre uma corrente de prata, a mais grossa que puder, use sempre para fora da camisa, não aditar ter e não mostrar. Não vá aparecer na rua com uma Kenner no pé, vestindo uma camisa da Pena e usando uma corrente de aço cirúrgico no pescoço, poderá ser confudido com um marginal.

Agora, o item mais importante do vestuário: UM ÓCULOS COM LENTES COLORIDAS DA OAKLEY. Lembre-se que ele tem que ser maior que sua cara inteira, e as lentes devem ser hidrofóbicas (embora você não surfe com ele ou tome banho de chuva). Sem isso, meu caro... seu fracasso é certo.
À noite, você pode usar tudo que fora citado acima, não encontraria problemas, principalmente se estiver numa rave. Caso tenha que ir para um show de forró, barzinho ou semelhante, opte por uma calça jeans (nem preciso dizer que deve ser de marca), uma camisa Polo de nome complicado (abercrombie, hilfigher e afins), e tênis com molas suficientes pra aparar um caminhão.

O que consumir

Ao dia, encha o rabo de açaí e fume maconha. De noite você pode ir de Vodka, Whisky e/ou drogas sintéticas (se não aguenta, finja que usa). Lembre-se quando sair das festas passar em algum fast-food e anunciar isso no Twitter ou Facebook, não precisa colocar o número da promoção.

Fisolofia de vida


Pregue sempre o ceticismo. Idolatre Bob Marley, toda frase bonitinha que ver na internet coloque em seu nick e afirme ser dele. Não diga que ama Asa de Águia ou Chiclete com Banana, isso é ultrapassado, a onda agora é eletrônica, portanto como opção musical demonstre o gosto pelo Trance, House (progressivo, regressivo, declinado, tranversal, whathever). Finja amar a natureza, os animais e critique sempre que puder a Rede Globo e os EUA. Isso mostrará que você não é alienado.

Pronto. Você agora se tornou um sujeito muito bem visto. Prepare-se para aceitar os amigos aos montes em sua conta do Facebook. É comum que nas redes usem palavras comumente usadas pelo pessoal do sudeste, como abras e lek (abraço e muleque, respectivamente). Com o tempo você pega o jeito, quando menos esperar já está falando o mesmo dialeto também.

PS: Nunca pense em nada disso que está fazendo, seu dia é corrido demais para isso. Se insiste em pensar, pode se sentir medíocre, mas isso faz parte do jogo. No dia seguinte fume seu beck e mate a larica com um açaí que tudo volta ao normal.

Não há preconceito, há sem-vergonhice

Preconceito, de pré + conceito, conceito prévio de algo que supostamente não se conhece, uma vez que ao prever, apenas se supõe.

Como culpar uma criança branca que maltratava psicológicamente os escravos de seu pai, tendo esta criança nascido em 1700 e sido ensinada desde sempre que os negros transmitiam doenças e eram seres amaldiçoados por Deus? Hoje em dia, por exemplo, é repugnante ver um pai espancando uma filha por um simples "namorico" de colégio, podendo inclusive levar à prisão do pai, mas perguntem às suas respectivas avós e avôs o que eles pensavam disso em 1950.

Em ambos os casos as mudanças foram gradativas, foi-se adquirindo conhecimento e mudando comportamentos. Viu-se que a cor da pele em nada influenciava a capacidade fisiológica e psicológica de um ser. Estudos mostraram que bater e educar são antônimos, e o que nossos avós entendiam por respeito, nada mais era que medo. Com informação, senso crítico e dissernimento, não existe preconceito.

Você pode estar se perguntando: ué, mas meu primo negro foi xingado de "macaco" em seu ambiente de trabalho! E eu respondo: isso é coisa de mau caráter, cara de pau, filho da puta, ou qualquer outro adjetivo pertinente. Preconceito não é! O cara que xingou seu primo sabe muito bem que ser negro não influencia em absolutamente NADA na vida de ninguém. Então seu primo muito provavelmente foi xingado por aquilo que mais poderia atingi-lo e menosprezá-lo. Se ele fosse baixo, gordo, feio ou qualquer outra característica que pudesse o ofender, pode acreditar... ela teria sido usada a favor do agressor.

Quem merece ser discriminado é aquele que comete a agressão, sabendo o que está fazendo. Se uma criança acha estranho a presença de um portador da Síndrome de Down no mesmo ambiente que ela, ensine-a. Se um adulto, com ensino médio completo e acesso ao google.com acha essa mesma presença estranha e age com alguma indiscrição, denuncie-o. Ele não é preconceituoso, é filho da puta e mau caráter.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Da série tribos de Natal: O pseudo-interiorano

Natal é uma das capitais brasileiras que mais evoluiram nos últimos tempos. Cresceu em todos os sentidos, do tecnológico ao econômico. Mas a querida Cidade do Sol ainda possui algumas características comuns à pequenas cidades e municípios: todo mundo se conhece e, a partir disso, fofocam. Todo mundo sabe o que fulano fez, faz ou deixa de fazer. As mais diversas tribos se relacionam entre si. É comum ver metaleiro em show de forró ou pagodeiro curtindo uma rave. Ainda assim esses grupos tão visíveis em Natal tem, cada um, suas gritantes particularidades. E é sobre essas características que me proponho a falar, de acordo com a minha visão generalizada sobre o assunto.

Hoje, conheceremos um pouco do pseudo-interiorano:

Criados em apartamentos de luxo nos melhores e mais caros bairros da cidade, esses sujeitos fazem questão de exaltar as badaladas infâncias que tiveram em seus interiores/fazendas. Contam do quanto costumavam andar à cavalo, derrubar bois ou tomar cachaças de nomes estranho. Na verdade, quanto mais feminino e esdrúxulo o nome da cachaça, melhor. Comumente são parentes de algum político/fazendeiro advindos do "coronelismo" tão marcante nessas cidades. O que esses sujeitos não contam é que, no fundo, cresceram tomando Coca e jogando video-game, mas se perguntados sobre o assunto, com certeza esbravejam afirmando que: "tomava leite direto nas teta di Juana(vaca), majó". (esse twitter genial ilustra bem isso: @gadelhajunio).

Forçam ridiculamente um sotaque inexistente na vida deles, onde o "V" ganha som de "R", afinal, quanto mais sotaque, mais interiorano. Possuem ainda vestimentas e dialetos bem característicos:

Traje

- Camisa Polo de marca importada. Quanto mais difícil for a pronúncia da marca, melhor. (Tommy Hilfiger, Abercromie e Fitch, etc)
- Calça Jeans igualmente importada.
- Bota ou sapato de couro.
- Chapéu, utilizado somente em ocasiões especiais como shows de forró ou vaquejadas.

Dialeto

Bichinha: Mulher, geralmente jovem e/ou muito produzida.
Majó: Como são conhecidos os grandes fazendeiros, políticos ou pessoas influentes do interior.
Frases terminando em "é não u que": Acredito que isso seja uma resposta antecipada a algum questionamento que fosse ser feito sobre o que acabou de dizer.

Religião

Católicos. Frequentam a igreja 1 ou 2 vezes no ano, em festas de padroeira e afins.

O que sonha na vida

Comprar uma pick-up de luxo, aprender a montar no cavalo sem que o caseiro da fazenda o segure, comprar uma fazenda e rezar pra que um dia também o chamem de "majó".

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Fumante, você tem o direito de permanecer calado

No início dos anos 2000 a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu qualquer tipo de anúncio alusivo ao consumo de tabaco na mídia brasileira. De lá para cá os impostos sobre o cigarro só aumentam, é um dos maiores em proporção ao valor do produto - quiçá, o maior. Avisos e imagens aterrorizantes nas embalagens de cigarro passam a ser obrigatoriedade das empresas que comercializam esse produto. Leis anti-fumo são adotadas com cada vez mais frequência, impedindo o cidadão de fumar o seu cigarro em locais fechados, como restaurantes e até mesmo bares ou casas noturnas.

Resumindo: você compra seu cigarro (pagando fortunas em impostos), é obrigado a ver imagens dignas de produções cinematográficas no melhor estilo Jogos Mortais, e, mesmo após tudo isso, não pode usar o produto enquanto toma sua cervejinha estupidamente gelada na mesa do bar. Até então tudo bem, afinal, o cara da mesa ao lado não fuma, o garçom também não, então cale-se e fume do lado de fora do bar. Mas a Anvisa não se deu por satisfeita, e o que se segue agora é um absurdo, um atentado à inteligência dos fumantes e de qualquer outro consumidor, seja lá do que for.


A Anvisa estuda proibir as ações de comunicação de produtos tabagistas nos seus respectivos pontos de venda. Então, ao se dirigir à banca para comprar seu cigarro, você não encontrará informações sobre os produtos que lhe interessam. E pior, se nas carteiras de cigarro boa parte da embalagem está ocupada com um pé dilacerado digno de produção hollywoodiana, a Anvisa agora deseja ocupar outros 50% do "outro lado" da carteira. Você provavelmente terá o direito de ver a logomarca da Marlboro, e olhe lá. No espaço anterior acostume-se com a seguinte frase: "Tabagismo é doença. Você tem direito a tratamento."

Não precisa ser fumante para perceber os absurdos que a Anvisa está cometendo. Atos como esses são atentados à democracia e a liberdade do consumidor, devem ser repugnados até pelo mais ferrenho opressor do tabaco. Fumar já foi lindo, hoje é feio, mas não pode, de modo algum, ser proibido. Mas proibir é mais cômodo, né Anvisa?

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A voz do povo é a voz da incerteza

Provérbio Revisto - Newton de Lucca

"A voz do povo
é a voz de Deus...
Que povo?
Que Deus?

O que beijou Stálin?
O que delirou com Hitler?
Ou o que soltou Barrabás?
(Será que Deus já não teria se
enforcado em suas próprias cordas vocais?)"


O povo é uma onda, quase que literalmente. Começa pequena, cresce e morre. São muito confusas e no meio desse processo podem derrubar, confundir e assustar muita gente que estiver pelo caminho. Tem uma coisa que o povo faz ainda melhor: levantar. O povo levanta, dá moral, dá poder.

Lembram do mais recente vilão das manchetes mundiais? Pois bem, o parlamento egípcio o escolhia sempre como o único candidato à presidência, mas adivinhem quem referendava essa decisão? Foi então que o próprio Murabak (pressionado pelos EUA e por grupos internos) decidiu alterar a fórmula de votação. O povo podia finalmente votar, escolher livremente seus candidatos e exercer o pleno direito da democracia. Mas o povo não foi às urnas. Estima-se que em algumas cidades, menos de 30% da população exerceu seu direito ao voto. Murabak foi reeleito com mais de 80% dos votos e continou - mais absoluto que nunca - no poder. Ah, o povo... É claro que os aliados de Murabak fizeram o possível e o impossível para que o resultado fosse esse, mas foi negado pela própria Organização Egípcia para os Direitos Humanos que os abusos relatados fossem suficientes para alterar o iminente: o povo queria Murabak no poder, o povo teve.




Bom mesmo é saber que o povo se cansa. E é maravilhoso quando isso acontece. Ver o povo derrubando alguém mostra o quão humano ainda somos. É errar, reconhecer o erro e lutar pela correção. É nesse processo de destruição de um poder que o povo se mostra unido. Milhões numa praça, pintando rostos, bandeiras e panelas nas mãos. São todos os instintos reprimidos pela sociedade transbordando para fora de nossos corpos, sem nenhuma culpa ou julgamento. É a incerteza dando lugar a uma única e absoluta certeza: o povo unido, jamais será vencido!

Esse post tem um motivo muito simples: pela primeira vez, em quase 22 anos de vida, eu vejo o sentimento de revolta e fúria nos olhos dos natalenses. Esse sentimento torna vivo o homem. Vamos, natalenses! Às panelas!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Quem quer rosquinha?




Meu caro leitor meliante, lhe trago uma ótima notícia: você não precisa mais correr. Tudo isso graças ao total despreparo da Polícia Militar. Se o lema é servir e proteger, eu e Marcelo D2 perguntamos: servir a quem? Proteger do que? Claro que diferente do rei do raprockandrollpsicodeliahardcoreragga, eu estou preocupado mesmo é com o preparo físico dos nossos policiais. Eu que não confio num sujeito que pesa 120kg da mais nobre e pura gordura. Principalmente quando se trata de uma profissão que exige completa aptidão física e psicológica, tendo em sua grande maioria gordinhos sedentários? Nada contra os gordinhos, desde que minha vida não esteja nas mãos deles, e que para me salvar eles precisem correr.

Como não encontrei (e não deve existir) pesquisa para constatar tal fato aqui no Rio Grande do Norte, cheguei a uma pesquisa realizada com os Policiais Militares do RJ. O quadro é alarmante, e eu garanto que aqui é ainda pior. Enquanto cerca de 32% da população adulta brasileira está com sobrepeso, na PM esse número aumenta para absurdos 67%. Ou seja, 2 em cada 3 policiais não tem condições de alcançar o cara que roubou seu relógio e saiu correndo. Na verdade, o mais provável é que ele tenha um infarto no meio da perseguição. Isso mostra que nossa integridade física está à mercê de uma cambada de despreparados. Muito por desleixo deles mesmos, muito por falta de investimento e qualificação do governo. Enquanto não se encontra um culpado temos apenas uma certeza: eles precisam de dieta.

Porém, policiais gordinhos com falta de preparo não são uma exclusividade do Brasil, mas lá fora eles tem a desculpa da rosquinha... Hmmm. Rosquinha é muito bom. Está servido? E protegido?


Referências:
- http://abordagempolicial.com/colestrategia/obesidade-na-pm.pdf

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Uma dor fenomenal

O Brasil respira futebol. Respira, cheira, fede, engole e mastiga. Não é de se estranhar que nossos ídolos sejam profissionais desse esporte. Mas e quando nós, fãs ensandecidos, presenciamos o doloroso fim desses heróis? O sentimento é de um ciclo que se rompe. O término da carreira de um ídolo é a morte em sua plenitude: fria e inevitável.

Lembramos, então, de quando nossos pais falavam de Pelé, Garrincha e Zico, sempre em tom de nostalgia e com um inconfundível brilho no olhar. Nós não pareciamos entender o motivo de tanta emoção, afinal, foram jogadores maestrais, mas melhor mesmo nos pareciam os heróis do tetra e do penta. Ora, vimos com nossos olhos, em tempo real. Não foi preto e branco, era colorido. A marcante voz de Léo Batista deu lugar à empolgação do épico Galvão Bueno. O "É TETRAAA, É TETRAAA" arrepia cada fio de cabelo como se uma alma cruzasse nosso corpo naquele instante. Galvão clamando por Ronaldinho nos fazia largar a bomba bujão (Copa = época de São João) e correr para a frente da televisão. Idolatramos Romário, Cafú, Bebeto, Taffarel, entre outros heróis do tetra. O amor pelo esporte é tamanho que, até nossos vilões, foram amados por nós, como nosso algoz francês Zinedine Zidane ou os lampejos de genialidade de Román Riquelme.


Tudo podia ter acontecido. Tudo, menos isso. O fim de Ronaldinho, Ronaldo, Fenômeno. O fim daquele que foi maior que rivalidades centenárias, ídolo no Barcelona e no Real Madrid, na Inter e no Milan. O fim daquele que fez dezenas de milhões chorarem com sua queda, e centenas de milhões chorarem com sua volta. Corria mais que uma Ferrari, o que era um mero detalhe, pois era melhor quando parava. Ah, quando ele parava... a magia acontecia. Mas nada que comprometesse toda sua eficácia. Posso afirmar que - sem nenhuma demagogia - ele foi, em seu auge, o melhor jogador de todos os tempos. Pensando bem, foi melhor ele ter parado. Aproveito até mesmo para agradecer a Deus, por não permitir que ele continuasse a jogar, pelas lesões consecutivas no auge da carreira e por todas as outras mazelas que ele teve em sua vida profissional e privada. Afinal, já imaginou se Ronaldo não tivesse sofrido tudo isso? Até onde ele poderia ter chegado? O futebol não teria mais graça alguma a partir de hoje. Meu primeiro post neste novo blog não poderia ser mais especial para mim, fanático por futebol, falando de alguém que só me deu motivos para amar ainda mais o esporte.

Obrigado por tudo, dentuço!