terça-feira, 26 de abril de 2011

O ufanismo é o ópio do povo

Em mil novecentos e bolinhas (literalmente), um dos membros fundadores da ABL, Afonso Celso, cria a obra Por que me ufano de meu país, tornando conhecido o termo proveniente da Espanha e que significa: "a vanglória de um grupo arrogando a si méritos extraordinários". Qualquer semelhança com alguns compatriotas não é mera coincindência, já que o ufanismo foi uma das armas mais utilizadas pelo Governo brasileiro e pela ditadura ao longo das décadas. Ora, porque iriam melhorar o país quando podiam, simplesmente, fazê-lo parecer melhor aos olhos de seus "consumidores"? O ufanismo é quase como uma criança birrenta, você fecha os olhos, não argumenta absolutamente nada, grita com os olhos cheios de lágrimas e apontando com um dedo incriminador: "o meu é melhor, e pronto!"

Publicidade do regime militar, no auge do ufanismo com o "Brasil: ame-o ou deixe-o!"

Nada no mundo carrega tanto "potencial ufano" quanto o futebol para o brasileiro. Aqui o escudo da CBF tem igual importância à bandeira do país que, diga-se de passagem, só é lembrada de 4 em 4 anos. A arma do brasileiro é ser pentacampeão mundial e ter Pelé como compatriota. Não importa em que argumentos um estrangeiro se baseie numa possível crítica ao nosso país, a conversinha vai terminar sempre assim: futebol ou paisagens naturais. Se nada disso resolver prepare-se para o já citado dedinho incriminador e a cara de choro, mas é claro que até chegar nesse ponto os ufanistas já teriam falado de que aqui as bundas são maiores, o ar é mais limpo, o povo é mais hospitaleiro, tem coração, e que fora do Brasil todo mundo é arrogante, frio e sem bunda. Buá!

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