terça-feira, 5 de abril de 2011

A geração mais feliz de todos os tempos: do Super Nitendo ao carrinho de rolimã

As crianças e pré-adolescentes de hoje em dia (levemos em consideração as nascidas no fim da década de 90 em diante) são bem atarefadas. A grande maioria já possuem muitas responsabilidades, acesso à informação, tecnologias, e, para tal, possuem um grande poder de compra. Talvez olhando para tudo isso com 10 anos de idade, eu pensasse: Porra, meu sonho! Mas não... olhando de agora eu vejo o quanto sofríveis são essas crianças de hoje.

Porra, minha geração tomava coca-cola e nem por isso era obesa. Jogávamos video-game e nem por isso viviamos trancafiados dentro de um quarto escuro com os olhos esbugalhados. Meu joguinho era feliz, tinha o céu azul e tudo que eu precisava fazer era pular em cima de tartaruguinhas do mal, no meio do caminho comia cogumelos lombrosos, batia com a cabeça em quadradinhos mágicos e passava por vários castelos com o único intuito de comer uma princesa no final de tudo. Hoje em dia o muleque tem que comprar ítens e se armar até os dentes para combater trolls em universos paralelos repletos de monstros e cercado por escuridão.


Já disse que eu tomava coca-cola e não era obeso e sedentário? Pois é, no meu tempo eu jogava bola, soltava pipa, roubava jambo e pitomba, construía e andava de carrinho de rolemã, pipa, tazo, bafo, biloca e a porra toda. No meu tempo até adulto brincava de tica-tica e esconde-esconde. No meu tempo sua única obrigação verspertina era escolher entre Sessão da Tarde e Cinema em Casa. A distinção entre os mais populares e os que eram judiados ficava no âmbito esportivo, quem corria mais ou fazia mais gol, não pelo tênis que calçava ou cueca que vestia (isso me faz até pensar o quão gay é essa atual geração).

Eu era obrigado a esconder o quanto gostava de Chiquititas, e jamais comentava sobre isso na escola, mesmo sabendo que, no fundo, todo mundo também assistia e chorava com Tati cantando a música dos pais que a abandonaram quando bebê. No meu tempo os desenhos e séries faziam chorar, emocionavam, eram inteligentes e sensíveis. Quem nunca se arrepiou todo quando Ikki aloprava com os cavaleiros de ouro? Ou quando Goku destruiu com a Red Ribbon? E quando Jiraya dava seu golpe horizontal finalizando o adversário? Tinha também Jaspion, Jiban, Esquadrão Especial Winspector e mais uma infinidade de opções. Hoje em dia desenho é feito para retardar crianças. Puta que pariu, o que porra uma esponja fritando hamburguer embaixo d'água vai acrescentar numa pessoa? O que diabos um viadinho que sofria bullying da própria irmã dentro de um laboratório tem de bom?

Minha irmã, meu cunhadinho e todas as outras crianças de hoje, me desculpem a sinceridade, mas eu prefiro não imaginar que qualidade adultos vocês serão.

3 comentários:

  1. Esqueceu de Lego e Playmobil! hehe
    Ir no Playcenter, visitar um Circo ou um Zoológico. Hoje em dia não vejo essa cultura. Estamos numa época onde as crianças vão pra matinês de boates caras onde as patricinhas mostram o monte de barro que põe na cara combinando com a calcinha fio dental passando da cintura e os playboyzinhos peso do cordão de prata e a tarde perdida tentando pegar onda na praia.

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  2. Caralho, mereço 20 chicotadas por não ter citado Lego, fiquei até com peso na consciência agora, ehauehaue. Eu era viciado demais naquilo, pqp.

    E sim, as crianças perderam a ingenuidade de apenas se divertir e passaram a viver de aparências, as mais fúteis possíveis, diga-se de passagem.

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  3. Assino embaixo.
    Prefiro não pensar na qualidade desses adultos, mas, infelizmente (ou felizmente, quem sabe) os veremos por aí, e saberemos que tivemos algo na nossa formação que eles jamais terão.

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