quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Por onde anda o rockeiro de camisa polo?

É cada vez mais fácil identificar as diferenças gritantes entre os indivíduos dessa sociedade dos holofotes, movida à profiles de Facebook e softwares capazes de dar a localização exata de sua cama, sem esquecer de expor sua ereção matinal via streaming. Cada vez menos razoáveis, esses usuários estão caindo em estereótipos de fácil identificação e se tornando cada dia mais previsíveis. Vou classificar dois tipos: o Oito e o Oitenta.

O Oito é aquele cara que nasceu numa familia relativamente conservadora - leia pais católicos que não frequentam a igreja - e sempre fora instigado a estudar como única forma de obter uma carreira bem sucedidada financeiramente. Porém, tinha no exemplo do pai algo completamente diferente, já que este é um fazendeiro/comerciante/político que ganhou a vida sem o fundamental pra dar embasamento. A mãe, coitada, é geralmente uma dona de casa completamente submissa à vontade do marido e aos mimos dos filhos. Oito teve que ouvir repetidas vezes do pai que "eu lhe dei o que eu nunca tive". Na verdade, Oito está pouco se lixando pra isso. Passou o ensino fundamental e médio gastando o dinheiro fácil que lhe vinha, caçoando dos menos afortunados e destratando professores. Oito adora forró e camisa polo. Para Oito, beber é um prazer, falar aos quatro cantos que bebeu, é uma necessidade. Oito se vangloria das mulheres que conquistou e prega a poligamia, sem saber que em poucos anos iria estar num casamento infeliz, barrigudo e ser pai de 3 filhos.

Vamos ao outro sujeito: o Oitenta. Esse é bem diferente. Foi criado próximo a avó - católica fervorosa - mas em algum momento da juventude passou a questionar essa religião. Fez questão de mentir a si mesmo dizendo que isso era um pensamento próprio e embasado, quando na verdade foi completamente influenciado pelo professor de história do ensino médio e seus discursos esquerdistas, além de blogs desconhecidos carregados de teorias da conspiração. No colégio, Oitenta andava com seu grupinho geralmente hostilizado por gostar de rock e se vestir de preto. Passou a ter repúdio em ver os familiares sentados à frente da TV aguardando pela novela das oito. - Bando de alienados - pensava ele. Oitenta então passa a ser um subversivo de meia tigela, pseudo-ateu e a se rebelar contra tudo o que tem poder, influência ou monopólio. Oitenta não é muito fã de alcool - só tequila ou algum drink completamente americanizado, mesmo odiando os EUA. Oitenta ama a natureza, por isso fuma maconha "natural" carregada de amônia. Compartilha ideais vegetarianos enquando come o frango frito que a mãe fez e serviu sobre o teclado do computador. Ele ainda não sabe, mas muito em breve iria se tornar um homem de 30 anos, descrente de tudo e trabalhando em algo que odeia. Ah, e iria culpar a Globo por isso. Maldita Globo.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Quer salvar os índios? Comece desligando o monitor e não lendo isso

A usina de Belo Monte foi finalmente aprovada. Não demorou para aparecerem os primeiro revoltadinhos com a notícia. "Salvem os índios", "Salvem a amazônia", "Viva o verde". O bom é que quem levanta esse tipo de movimento faz isso num monitor lcd de 27 polegadas e enquanto assiste televisão com a comidinha congelada prestes a ficar pronta no seu mais recente microondas, para que possa almoçar e logo em seguida ligar seu carro motor 1.8 e sair carburando tudo pela cidade. Como se não bastasse, o revoltadinho ainda reclama do trânsito, que está caótico, impossível e que a culpa são dos governantes, que deveriam abrir estradas no meio das bundas deles, por certo.

O que pensam? Que desenvolvimento se dá construindo asfalto sobre asfalto? Tudo tem o seu preço, uma energia barata e de qualidade também. Antes que venham com conversinha fiada de energia eólica, solar e afins, vejam quanto custa e quem estaria disposto a pagar o preço de implantar sistemas como esses, porque se o próprio governo resolver bancar, quem teria que pagar a conta era você e este que vos fala. Mas aí, é claro, como bons hipócritas, nós sairiamos reclamando do governo, de como eles nos roubam, e num instante esqueceriamos dos pobres índios que seriam chutados de suas humildes cabanas onde tinham uma vida pacata e só tiravam da natureza para sobreviver.

Tenho uma notícia pra te dar: é irrisória a quantidade de índiozinhos como aqueles que viamos em nossos livros de história. A grande maioria tem acesso a educação, tecnologia e passam boa parte dos seus dias com a bunda pra cima recebendo dinheiro da FUNAI. Sem falar dos mais espertinhos, que passam o dia tomando cachaça e jogando bola, sequer aproveitando a chance de se qualificar para algo. Não estou falando em vão, passei tempo suficiente na Amazônia para perceber realidades como essas. É claro que alguns bons pagarão o preço do nosso desenvolvimento, mas a maioria esmagadora, vão apenas se lamentar do fim da "mamadinha" no governo.

Agora, meu amigo, se ainda assim está achando ruim o fato de poder jogar seu XBOX numa grande tela de LED, faça o que lhe é de direito e cobre todos os tipos de esclarecimentos possíveis sobre essa obra que está para acontecer. Isso o povo deve fazer, minimizando os desvios de dinheiro que, com toda certeza, forrarão os bolsos de milhares de safados. Essa cobrança da população minimizará também os impactos que a obra terá na natureza.

Adoro dar soluções práticas no fim das minhas postagens. Aqui vai uma: não gostou de nada disso? Senta e chora, mas chora com a luz desligada, por favor.

terça-feira, 26 de abril de 2011

O ufanismo é o ópio do povo

Em mil novecentos e bolinhas (literalmente), um dos membros fundadores da ABL, Afonso Celso, cria a obra Por que me ufano de meu país, tornando conhecido o termo proveniente da Espanha e que significa: "a vanglória de um grupo arrogando a si méritos extraordinários". Qualquer semelhança com alguns compatriotas não é mera coincindência, já que o ufanismo foi uma das armas mais utilizadas pelo Governo brasileiro e pela ditadura ao longo das décadas. Ora, porque iriam melhorar o país quando podiam, simplesmente, fazê-lo parecer melhor aos olhos de seus "consumidores"? O ufanismo é quase como uma criança birrenta, você fecha os olhos, não argumenta absolutamente nada, grita com os olhos cheios de lágrimas e apontando com um dedo incriminador: "o meu é melhor, e pronto!"

Publicidade do regime militar, no auge do ufanismo com o "Brasil: ame-o ou deixe-o!"

Nada no mundo carrega tanto "potencial ufano" quanto o futebol para o brasileiro. Aqui o escudo da CBF tem igual importância à bandeira do país que, diga-se de passagem, só é lembrada de 4 em 4 anos. A arma do brasileiro é ser pentacampeão mundial e ter Pelé como compatriota. Não importa em que argumentos um estrangeiro se baseie numa possível crítica ao nosso país, a conversinha vai terminar sempre assim: futebol ou paisagens naturais. Se nada disso resolver prepare-se para o já citado dedinho incriminador e a cara de choro, mas é claro que até chegar nesse ponto os ufanistas já teriam falado de que aqui as bundas são maiores, o ar é mais limpo, o povo é mais hospitaleiro, tem coração, e que fora do Brasil todo mundo é arrogante, frio e sem bunda. Buá!

sábado, 16 de abril de 2011

Profissionais do sexo: DJ's e webdesigners

Antes que você se pergunte o porque do termo utilizado para designar esses profissionais(?), eu explico do modo mais direto possível: eles prostituem seus respectivos mercados. Que fique bem claro, há excelentes profissionais nessas áreas mas, infelizmente, o mercado é saturadíssimo de incompetentes.

O DJ prostituto é aquele menininho(a) bonitinho e/ou popular que adora aparecer, possui um vasto círculo de falsas e aparentes amizades. Conhece e se relaciona com os frequentadores dos clubes e boates da cidade, tem conhecimento com os responsáveis pela contratação dos DJ's e pronto, tudo se resolve, restando apenas aprender a função de um DJ, mas essa é a parte menos importante, pois ele não precisa saber, apenas aparentar que sabe. O problema começa mesmo depois que ele aprender a "bulir" no Virtual DJ e compra um fone gigante, aí lascou tudo, o menininho(a) passa a se considerar um profissional e disseminar seus sets(?) repletos de lixo por todos os cantos da cidade, cobrando valores irrisórios para isso quando no fundo faria até de graça, pois o que o menininho(a) quer mesmo é aparecer e colocar no subnick: baixem meu novo set, sou DJ, vou tocar em tal canto, e blablabla.

E o webdesigner? Esse é ainda mais cara de pau. Assistiu 5 aulas de Illustrator no SENAC e já sai por aí criando folders lixos que mais parecem feitos no Paint. Vê um tutorial de Photoshop no Youtube e fica fazendo montagem com toda foto que encontra na internet, após isso coloca no álbum do Orkut e espera ansiosamente os elogios dos leigos sobre o assunto. O problema é quando esse tipo começa a se designar webdesigner de fato, alegando ser competente para tal. Quantas vezes profissionais competentes tiveram que ouvir do seu potencial cliente que: "Ah, mas meu sobrinho também faz isso e só cobra R$50,00". É, depois vem neguinho webdesigner achar ruim quando é chamado de prostituto. Depois vêm os tios desses webdesigners achando ruim que caçoaram de sua logomarca, que só chamou atenção pelo excesso de degradê.

Agora, se por algum acaso você se encaixou nos perfis acima e veio parar aqui nesse blog, ouça as minhas preces e façam um favor ao mercado de vocês. Desistam de levar isso adiante. Quem tem o mínimo de paixão e talento pelo que faz, jamais, sob nenhuma circustância, teria a coragem e a cara lavada de cuspir no prato que come. Sim, é isso que vocês fazem. Cospem, pisam e desvalorizam, pois à menos que vocês se contentem com a mixaria que ganham hoje pelo resto da vida, estão sendo escrachadamente indecentes, antiéticos e prostitutos, tudo isso para ocupar a vaga daqueles que tem a real capacidade de exercê-la.

OBS: Em nenhum momento quis comparar os DJ's e webdesigners com as características acima à prostitutas. Afinal, prostitutas cobram pelos serviços que oferecem, e o fazem dignamente.

terça-feira, 5 de abril de 2011

A geração mais feliz de todos os tempos: do Super Nitendo ao carrinho de rolimã

As crianças e pré-adolescentes de hoje em dia (levemos em consideração as nascidas no fim da década de 90 em diante) são bem atarefadas. A grande maioria já possuem muitas responsabilidades, acesso à informação, tecnologias, e, para tal, possuem um grande poder de compra. Talvez olhando para tudo isso com 10 anos de idade, eu pensasse: Porra, meu sonho! Mas não... olhando de agora eu vejo o quanto sofríveis são essas crianças de hoje.

Porra, minha geração tomava coca-cola e nem por isso era obesa. Jogávamos video-game e nem por isso viviamos trancafiados dentro de um quarto escuro com os olhos esbugalhados. Meu joguinho era feliz, tinha o céu azul e tudo que eu precisava fazer era pular em cima de tartaruguinhas do mal, no meio do caminho comia cogumelos lombrosos, batia com a cabeça em quadradinhos mágicos e passava por vários castelos com o único intuito de comer uma princesa no final de tudo. Hoje em dia o muleque tem que comprar ítens e se armar até os dentes para combater trolls em universos paralelos repletos de monstros e cercado por escuridão.


Já disse que eu tomava coca-cola e não era obeso e sedentário? Pois é, no meu tempo eu jogava bola, soltava pipa, roubava jambo e pitomba, construía e andava de carrinho de rolemã, pipa, tazo, bafo, biloca e a porra toda. No meu tempo até adulto brincava de tica-tica e esconde-esconde. No meu tempo sua única obrigação verspertina era escolher entre Sessão da Tarde e Cinema em Casa. A distinção entre os mais populares e os que eram judiados ficava no âmbito esportivo, quem corria mais ou fazia mais gol, não pelo tênis que calçava ou cueca que vestia (isso me faz até pensar o quão gay é essa atual geração).

Eu era obrigado a esconder o quanto gostava de Chiquititas, e jamais comentava sobre isso na escola, mesmo sabendo que, no fundo, todo mundo também assistia e chorava com Tati cantando a música dos pais que a abandonaram quando bebê. No meu tempo os desenhos e séries faziam chorar, emocionavam, eram inteligentes e sensíveis. Quem nunca se arrepiou todo quando Ikki aloprava com os cavaleiros de ouro? Ou quando Goku destruiu com a Red Ribbon? E quando Jiraya dava seu golpe horizontal finalizando o adversário? Tinha também Jaspion, Jiban, Esquadrão Especial Winspector e mais uma infinidade de opções. Hoje em dia desenho é feito para retardar crianças. Puta que pariu, o que porra uma esponja fritando hamburguer embaixo d'água vai acrescentar numa pessoa? O que diabos um viadinho que sofria bullying da própria irmã dentro de um laboratório tem de bom?

Minha irmã, meu cunhadinho e todas as outras crianças de hoje, me desculpem a sinceridade, mas eu prefiro não imaginar que qualidade adultos vocês serão.

quarta-feira, 30 de março de 2011

O heterossexualismo reprimido pela sociedade moderna: ou dá ou desce!

Caro leitor, largue sua espada e afrouxe a retaguarda antes de continuar essa leitura, ou poderá ser confundido com um combatente anti-homossexual. Certa vez me deparei com a seguinte afirmação: "Estou pensando em sair do Brasil. Ser gay era proibido, hoje é liberado, vou embora antes que vire obrigatório". Se o autor da frase não tiver ido realmente embora, ele hoje só tem duas opções: ser ativo ou passivo.

Que fique bem claro que não sou contra o homossexualismo, pelo simples fato de que qualquer definição de sexualidade é perca de tempo. Sendo homem ou mulher, que dê à quem, como e onde quiser. Isso não afeta em absolutamente nada a índole ou a capacidade de alguém. O problema é que nem todos têm - e nem deveriam - a mente "desleixada" como a minha, e esse pessoal vêm sofrendo forte repressão por seus pensamentos acerca do homossexualismo. O que aconteceu, então, foi uma inversão de valores. Se antes defender a relação entre pessoas de mesmo sexo era quase que um ato criminoso, agora quem é contra esse tipo de relação é taxado de preconceituoso. Mas onde fica a liberdade de expressão que os próprios homossexuais tanto lutaram para ter? Hipocrisia é mato.

Para contextualizar melhor, analisemos o recente caso do deputado Jair Bolsonaro, que ao ser entrevistado pelo CQC, se mostrou contra a relação entre homossexuais e as cotas raciais, sendo severamente criticado (chamado de Hitler, por exemplo) nas redes sociais pela posição que defendeu.

Pelo amor de deus, eu estou ficando louco ou alguém também achou que ele foi mais do que sensato em todas as respostas? (exceto com aquela última, da Preta Gil, que ele próprio alegou não ter entendido perfeitamente, alterando o sentido da resposta) Lembre-se que para achar alguém sensato, você não precisa concordar com tudo que ele diz.

Cotas raciais: o deputador afirmou sermos todos iguais perante à lei. Afirmou que "não aceitaria entrar num avião pilotado por um cotista."

Alguém pensa diferente? se pensa, por favor, se expresse agora ou cale-se para sempre. Cota racial é o preconceito em sua plenitude, é admitir uma superioridade (que óbviamente não há) entre uma raça e outra.

Relação entre homossexuais: o deputado deixa claro que a homossexualidade pode ser decorrente de uma má educação, bem como de uma falta de visão familiar. Terminando com "se isso acontecer, a nação ruirá".

Pois bem, eu faço o seguinte questionamento, com o perdão da sutileza: ME EXPLIQUEM COMO CARALHO COM CARALHO FARÁ UMA NAÇÃO PROSPERAR? É uma questão biológica, minha gente, Deus (ou seja lá no que você acredita) fez o homem e a mulher necessitarem biológicamente um do outro para que ambos possam existir.



O deputado é apenas uma das milhares de vítimas que essa sociedade do "não dá o cu porque? Tem preconceito?" faz todos os dias, principalmente nas redes sociais. Fica minha indignação com esse preconceito tolo contra aqueles que se mantêm firmes em suas posições, sejam elas conservadoras ou não. Se esse anti-heterossexualismo continuar avançando e fazendo com que homens de bem sejam confudidos com crápulas assassinos de homossexuais, então parem o mundo que eu quero descer, dar é que eu não vou.

quarta-feira, 23 de março de 2011

A magia do apito

Agonia. É isso que se sente quando o inevitável fim está próximo. Cinco minutos que separam uma tímida esperança de um trágico desfecho. Trezentos segundos que separam o bem do mal, a vida da morte. Um filme vem imediatamente à cabeça. Foram dias de expectativa, gozações, xingamentos e desrespeito mútuo.

Quando tudo parecia acabado, um apito transforma som agudo em esperança. Eis que surge ele... o arquétipo do heroi, do mito. Tinha que ser ele. Oriundo de terras distintas, uma alcunha incomum, pequeno por fora e gigante por dentro. O mesmo apito que transformara agudo em esperança, como num passe de mágica, nos deixa imobilizados. Faz desaparecer outros setenta mil torcedores. Naquele momento, eram três personagens e um objeto: A bola, o heroi e o vilão. Eu era objeto.

E ele partiu. Mas não foi sozinho. Foi com outros 35 milhões de fanáticos que depositaram naquele heroi todos os seus anseios. O vilão fez tudo o que pôde, até voar, voou. Mas nada nem ninguém era capaz de defender o indefensável. O lendário narrador da Rádio Tupi/RJ disse no momento do gol que: "Pareceu com a mão, ele colocou a bola alí com a mão". E ele estava certo... Alí estavam as mãos de Deus, de Zico, do dono da maior emissora do país, estavam as minhas mãos, as mãos do flanelinha que pastora carro na Ribeira, as mãos de milhões de Josés e Marias, de pobres e ricos, de pretos e brancos - sem esquecer do vermelho. O apito que transformara agudo em esperança, que me deixava inerte, agora me trazia tudo o que eu queria ouvir: acabou. E o bem venceu o mal.

Termina sempre assim. Mãos trêmulas, olhos lacrimejando e uma leve taquicardia. Eu não estou doente. Eu sou doente... pelo Flamengo.